segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A que ponto vamos chegar?

Pergunto-me constantemente a que ponto irá chegar este ramo da educação... não falo apenas do fato das crianças cada vez terem menos regras, dos pais que não conseguem educá-las, mas também das condições de trabalho precárias que atualmente os profissionais de educação têm. Falo, mais em concreto, da classe dos Educadores de Infância, pois é nesta que me insiro! Os contratos de trabalho cada vez são mais precários (muitos Educadores "saltitam" de um lado para o outro, fazendo apenas licenças de maternidade e baixas, sem terem a possibilidade de ficar numa Instituição durante um ano letivo completo!) Contudo, também há a "epidemia" dos CEI's (Contratos de Emprego Inserção), ou os antigos POC! Atualmente a maioria das Instituições procura pessoas que estejam no desemprego, não só para lhes darem oportunidade de reintegrarem-se no mercado de trabalho, mas principalmente porque para a Instituição torna-se muito mais vantajoso, financeiramente, contratar CEI's, cujo encargo mensal é apenas de uma bolsa no valor de 83 euros (salvo erro) e mais um subsídio de deslocação (se for o caso) ou um subsídio de almoço (que penso que atualmente nem isso dão, uma vez que a lei está sempre a mudar...ora pagam subsídio de almoço ora dão é o almoço). E depois de terminado o CEI, o caminho mais certo é estas pessoas ficarem de novo sem trabalho. Poucos são os casos, embora ainda existam, de pessoas que acabam o CEI e ficam a contrato na Instituição.Não sei se sabem, mas a particularidade que eu considero mais "engraçada" que este tipo de contrato tem é que a pessoa está a fazer um horário completo, como qualquer outra noutro tipo de contrato e, está a "gastar"  o tempo de desemprego. Na minha opinião é uma lacuna muito grande, pois se a pessoa está a trabalhar normalmente, não se deveria utilizar o tempo de desemprego, porque na maioria dos casos, as pessoas terminam os CEI quando terminam o tempo de desemprego e depois vão para a rua sem trabalho e sem desemprego para  usufruirem!
Este tipo de contrato é apenas um "tapa olhos" do nosso Governo para depois encherem a boca na televisão a dizerem que o nível de desemprego baixou. Não baixou coisa nenhuma, existem é imensas pessoas a fazerem CEI's e como quando se está neste contrato as visitas quinzenais ao Centro de Emprego são canceladas, estas pessoas já não contam para a estatística, e assim o povo anda iludido achando que a situação está a melhorar! Isto é coisa de me revoltar imenso!!!!
Por outro lado, quem não está no desemprego ou a fazer um CEI, está a receber de ordenado o equivalente, ou menos, de quando saiu da Universidade, quando atualmente já tem muitos anos de serviço (isto tudo  porque vão trabalhar para uma Instituição e os patrões em vez de pagarem segundo os anos de serviço que já trazem, não senhora, pagam a começar novamente do ano 0). Ou então também temos casos de pessoas que já estão há muitos anos na mesma Instituição mas simplesmente "congelaram-lhes" os aumentos de escalão (lamento informar mas os congelamentos de ordenado são no Público e eu refiro-me a IPSS's).
Pois é, basicamente este é o panorama desta área no nosso país... um panorama negro, muito negro, que cada vez mais revolta e desmotiva as pessoas!

2 comentários:

  1. Não é só na tua área. No geral, mais do que em desemprego, devíamos se calhar preocupar-nos também muito mais com a precaridade.

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  2. Sim também concordo! A precariedade de emprego é completamente vergonhosa... É necessário fazermos uma grande reflexão sobre este assunto!

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