sexta-feira, 27 de março de 2015

“Desconsiderar professores deveria ser crime”





Gosto muito do Eduardo Sá! Tem uma ideia bastante correta e direta dos fatos! Irei partilhar, ao longo do blog, várias entrevistas dele!

Acerca da não valorização dos Educadores/Professores, recomendo esta entrevista! Aqui, ele revela que deveria dar-se mais valor aos Educadores de Infância, bem como aos Professores de 1º Ciclo, e que estes deveriam ser remunerados como os Juízes!

Infelizmente neste meu mundo, não me dão o devido valor e muito menos sou bem remunerada! Estou a "anos luz" de ser remunerada como um Juiz, infelizmente!

E ao longo dos anos muitos têm sido os comentários que tenho ouvido: "Ah para se ser Educadora é preciso ir à Universidade?" "Ah, vocês não fazem nada, é só tomar conta e brincar com as crianças". Já para não falar nos paizinhos que vêm com grandes conversas, achando-se superiores, e tratando-nos como estúpidos e burros.

Não é fácil, nada fácil e há dias em que apetece "baixar os braços" e desistir!

quarta-feira, 25 de março de 2015

Falemos da "desordem mental" que mais está na "moda" - a HIPERATIVIDADE

Aos interessados na matéria, convido-vos a ler o seguinte artigo:
"Quando completa 50 anos de carreira, o pediatra fala à Lusa das suas preocupações atuais e aponta como um dos grandes desafios da pediatria moderna os problemas comportamentais e relacionais das crianças e dos adolescentes.
"Hoje talvez estejamos na linha de fronteira de passar do modelo patológico para o modelo relacional e isto faz a diferença na pediatria, na educação, na psicologia, em toda e qualquer atividade formativa", afirma.
Para Gomes Pedro, que aprendeu e começou a prática clínica centrada no diagnóstico das doenças, hoje é fundamental estabelecer precocemente uma relação entre o pediatra, os pais e o bebé, preparando-os para as várias fases do desenvolvimento expectáveis e acompanhando-os nos problemas que daí possam advir.
É o que se passa com a Hiperatividade e o Défice de Atenção (PHDA): "Estas doenças e expressões aparecem porque o pessoal de saúde está mais sensível, mais atento às perturbações de comportamento do que há uns anos atrás".
Gomes Pedro adverte, no entanto, que esse olhar, o começar a olhar para o comportamento, leva, como risco na intervenção dos profissionais, a considerarem quase matematicamente: "o menino está muito ativo, está hiperativo".
"A professora queixa-se de que está ativo, "é uma síndroma de Attention deficit hyperactivity disease", a professora diz "leve ao seu médico", e os médicos que não estejam ainda bem formados, bem alicerçados no que é o comportamento normal do que é um sinal de risco no comportamento, receitam o metilfenidato" (fármaco para tratamento da PHDA), acrescenta.
Isto comporta o "risco de se usar sistematicamente substâncias farmacológicas quando não há hiperatividade nenhuma", pois "a atividade que vemos, por exemplo, num gabinete, é própria de uma criança com três, quatro ou cinco anos, que gosta de explorar e que, mais do que normal, é desejável", sublinha.
Segundo o pediatra, "é muito frequente os pais chegarem com uma criança com três anos e a dizer "ela deve ter hiperatividade e precisa de ser tratada".
O que acontece é que as pessoas estão mais despertas, o que comporta outros riscos: a hiperatividade e o défice de atenção hoje está, por um lado, sobrediagnosticado, e por outro, mal diagnosticado, o que significa que há crianças que tomam o metilfenidato sem precisarem e outras que precisariam e não o tomam.
"Há crianças hiperdiagnosticadas e outras crianças hipodiagnosticadas", sublinhou, acrescentando que "a moral da história" é que é preciso garantir que não se deixa de diagnosticar uma hiperatividade e défice de atenção, que é facilmente corrigida farmacologicamente, mas que também não se começa a usar drogas quando não é necessário.
Não é que a medicação tenha muitos riscos, salienta, mas "um princípio fundamental na medicina é tratar quando é preciso e hoje a implicação de tratar não é só medicamentosa, mas é o acompanhar".
A grande questão é que não existem ainda meios para garantir um diagnóstico exato da PHDA.
"Não há propriamente um meio tão concreto como fazer uma análise para ver se há uma infeção, uma apendicite. A gente vê que há uma alteração dos glóbulos brancos, que mesmo que não se palpe conveniente uma barriga para fazer o diagnóstico, há uma análise concreta que nos diz "há infeção nesta criança"".
No domínio do comportamento, no chamado modelo relacional, isso não é tão fácil, pois embora haja testes, como o Connors e outros, que dão pistas para que se possa estar perante uma PHDA, é preciso que o pediatra -- "deve ser ele a tomar conta destas crianças - tenha experiência e tenha competência para distinguir entre essa perturbação e uma atividade normal".
"É que é `hiperativa` toda a criança pequena, nomeadamente a criança que entra para o jardim-de-infância", e é preciso ter isso bem presente e "não hiperdiagnosticar síndromas de défice de atenção que obrigam imediatamente a medicar". 

Ler mais: http://visao.sapo.pt/hiperatividade-esta-mal-diagnosticada-em-portugal-diz-especialista=f814206#ixzz3VKTzuOnq


A Hiperatividade existe, isso é um fato, contudo hoje em dia parece que está na "moda" todas as crianças mais irrequietas serem portadoras desta patologia. Nos últimos anos, tenho tido pais, que se dirigem a mim, preocupados com os seus filhos, pois julgam que estes têm hiperatividade. A mim dá-me vontade de rir, pois embora não seja médica, tenho a certeza que essas crianças não têm hiperatividade. Simplesmente são mais irrequietas, agitadas, e gostam de explorar incessantemente o meio que as rodeia. E essas mesmas crianças o que precisam de medicação é: serem contrariadas em casa. Os pais deverão ser mais rígidos na sua educação, deixando bem assentes as regras, não cedendo às suas birras sem nexo! Mas mais uma vez, esta conversa está a ir pelo caminho de sempre: Educação precisa-se e com urgência!!
Existe Hiperatividade sim, mas não se pode confundir falta de educação/regras com esta patologia!

segunda-feira, 23 de março de 2015

As chuchas e os benefícios que trazem/ não trazem!

Não sou contra que as crianças usem chucha! Quando são bebés e estão no Berçário, percebemos que a chucha serve de "aconchego" para os bebés, que tão pequeninos estão longe das suas progenitoras. A chucha, a fraldinha de pano e um bonequinho ajudam a acalmar as crianças, transmitindo-lhes alguma segurança.
Agora sou contra crianças mais velhas, de dois anos em diante, usarem chucha a toda a hora, seja na rua, seja dentro da Creche/Jardim de Infância. Quando estou em salas de 1 ano, habituo as crianças a chegarem à sala e entregarem-me a chucha, e só a utilizam quando vão dormir, para lhes dar o tal "aconchego". Claro que no inicio do ano deixo-as andarem um pouquinho na sala com a chucha, para que a habituação a novas rotinas não seja vista por elas, como uma mudança radical. Contudo, a pouco e pouco, vão-se habituando só a usarem quando vão dormir.
O que eu não consigo compreender, de forma alguma, é os pais insistirem a dar a chucha a crianças que já não a pedem durante todo o dia na escola!  Mal tiram as crianças da sala, colocam-lhes a chucha na boca, mesmo sem estas pedirem! Ou então mal a criancinha começa a fazer uma birra, lá vai a bendita chucha entrar em ação!
Andamos nós a ensinar-lhes que a chucha é só para quando vão dormir, ou então festejamos por algumas crianças que a usavam para dormir agora já nem isso usam, para virem os paizinhos e "estragarem" tudo! Os pais rendem-se facilmente. Na competição entre pais e filhos, os filhos saem sempre a ganhar e isso é inadmissível! Os paizinhos não conseguem perceber, que mais tarde isso vai trazer-lhes muitos problemas, pois as crianças percebem, desde cedo, que são elas a mandar e que facilmente conseguem manipular os pais, para terem aquilo que querem, mesmo que isso seja prejudicial para eles.
Pais, percebam de uma vez por todas, que a partir dos dois anos, a chucha não serve para nada para os vossos filhos. Serve sim, para deixar os dentes tortos bem como trazer problemas ao nível da linguagem! Experimentem ter um ou dois rebuçados na boca e tentem falar. Não conseguem articular as palavras corretamente, como se estivessem sem os rebuçados na boca certo? É exatamente a mesma coisa que acontece aos vossos filhos!
Para além do que já referi, o uso prolongado da chucha poderá trazer ainda mais problemas, Espreitem então este artigo (é só clicar no link!) http://thelmomuniz.pt/chuchas-amigas-ou-inimigas/


sábado, 21 de março de 2015

É permitido dar uma palmada?





Declarações interessantes do Dr. Mário Cordeiro. Também eu acredito que um "enxota moscas" na fralda faria milagres nas nossas crianças. Elas percebem perfeitamente que no dia a dia não lhes podemos dar um "enxota" fraldas, e que os pequenos castigos que lhes damos passam por ficarem sentadas enquanto as outras crianças estão a brincar; castigo esse que já não as afeta minimamente!

Que fique bem claro que não sou a favor de violência, muito menos de magoar as crianças, mas uma chamada de atenção a preceito faria com que elas nos tivessem mais respeito, e cumprissem as regras mais importantes.

Isto a falar como profissional de educação. Relativamente aos pais, estes deveriam dar umas palmadinhas bem dadas, no momento certo (Já o psicólogo Quintino Aires também é a favor dessas palmadinhas, pois vi uma vez ele a falar sobre isso num programa da TV) nomeadamente quando as criancinhas acham que são elas que mandam, e quando fazem birras sem nexo nenhum! Mas infelizmente, hoje em dia, muitos pais até têm medo de dar uma palmadinha em público, não vá alguém ver e fazer queixa deles! Outros simplesmente não dão, porque coitadinhas das crianças ainda são pequeninas! Não os contrariem não que logo vão ver....! Eu levo o tempo todo a ter conversas com os pais a dizer-lhes que os seus filhos necessitam de ser contrariados, para que percebam que não são eles que mandam!

Com crianças sem respeito pelos mais velhos estamos a ir por um bom caminho, estamos!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Não poderia deixar passar esta data em branco... FELIZ DIA DO PAI!

Para todos os pais:
Esforcem-se por serem os melhores pais do mundo, pois vocês são o exemplo que os vossos filhos têm em casa; são o modelo que mais tarde eles irão seguir.
Dêem muito mimo aos vossos rebentos, mas também regras! Acreditem que é possível conciliar as duas coisas!

Ora comecemos por falar sobre um objeto bastante atual: o tablet!

Pois bem, ainda consigo surpreender-me com os pais/tempos modernos... comprar tablets a crianças de tenra idade (mais propriamente 2 anos!!). E o mais engraçado é os pais assumirem, com a maior das naturalidades, que compraram um objeto destes a uma criança que ainda usa fraldas! Objetivo desta compra: a criancinha ficar sossegadinha a ver o Noddy, o Ruca, o Panda, etc...
E antigamente quando não havia tablets nem telemóveis como é que era? Seriamos todos uns infelizes? Acho muito bem, que tem que haver uma evolução tecnológica, mas o que é que um tablet vai contribuir para a felicidade de uma criança de tão tenra idade? Para a dos pais sei eu, que assim têm ali a criança sossegadinha a brincar com o brinquedo,  pelo que se torna mais fácil controlar a criatura!
Isto é uma idiotice de todo o tamanho! As crianças e os jovens de hoje em dia não sabem dar valor a nada! Mas como é que hão-de dar? Se ganham tablets com 2 anos??
Tenho andado a matutar nisto e nem a propósito... andava eu no Supermercado um dia destes, quando vejo uma criancinha (desta vez mais velha, com uns 6 ou 7 anos) dentro do carrinho das compras com o quê nas mãos? Um tablet!! Socorro!! Também é mais fácil assim... a fera está controlada e dentro da jaula, em vez de andar a mexer nas prateleiras ou a fazer birra porque quer que os pais lhe comprem isto ou aquilo!
Ah e no outro dia estava eu a almoçar fora, quando começo a observar uma criança (também com uns 6, 7 anos) sentadinha à mesa super concentrada a brincar com o quê? Um tablet. E pior ainda é que alternava o tablet com um telemóvel (que era da mãe ou tia). E no telemóvel estava a jogar a um jogo, com o som super alto, o que incomodava bastante quem estava a querer almoçar relaxadamente usufruindo da paisagem de uma praia. E o que estava a família a fazer? A conversar, descontraidamente, enquanto a dita criança estava ali ao canto super entretida!
Após estes episódios, tenho visto várias vezes, noutros contextos, criancinhas agarradas a um tablet, ao invés de aprenderem a brincar! Bem adulta sou eu e não tenho tablet!! "No meu tempo", brincava-se ao ar livre, trepando árvores e andando de bicicleta, explorando e tirando o melhor partido da natureza!
Conclusão mais do que óbvia... os pais de hoje em dia não sabem educar. Como a situação financeira é melhor do que há 20 ou 30 anos, os paizinhos passam a vida  a fazer as vontadinhas todas aos meninos, ou então a "comprá-los" com prendas, para estes não os chatearem, ou para colmatarem a sua ausência, devido ao fato de hoje em dia as mães e pais trabalharem muito e só verem os filhos 2 ou 3 horas por dia! Assim vamos longe, muito longe mesmo!!

Post para refletir, sobre aonde é que a nossa sociedade vai chegar assim....

quarta-feira, 18 de março de 2015

Apresentação...

Olá! Sou Educadora de Infância, e exerço a profissão há 7 anos.
Porquê a criação de um blog e com o nome de Educação precisa-se? Bem, este blog será como o meu "cantinho dos desabafos" relacionado com a educação ou melhor, a falta dela! Vivências diárias com as quais deparo-me e questiono-me sobre qual será o futuro da educação! Crianças que cada vez trazem menos regras de casa, desde tenra idade, em que os pais não se conseguem impôr, proferindo sempre o mesmo discurso de que "não dão conta dos filhos!", acabando por lhes fazer as vontades todas; cabendo assim aos Educadores encarnarem o papel dos maus da fita, tendo de incutir-lhes as regras básicas (a dita socialização primária, que deveria ser transmitida em casa).
Aqui será retratado não só as vivências do meu dia a dia de "Educadora desesperada" com a falta de educação das crianças, e muitas vezes até dos pais, bem como as minhas desilusões relativamente a esta profissão!
E qual é o público alvo deste blog? Sei que essencialmente os colegas de profissão poderão demonstrar um maior interesse neste blog, identificando-se com várias situações que serão aqui retratadas; embora alguns possam até discordar de algumas coisas, pois cada pessoa tem o seu ponto de vista!  Penso também que alguns pais poderão interessar-se por ler o blog, e outros até mandarem-me ir dar uma curva! Porém, as pessoas que não estão diretamente ligadas com a Educação,mais propriamente a Educação de Infância, poderão até achar uma certa piada ao blog, exatamente por não contatarem com esta realidade, poderão manifestar alguma curiosidade sobre determinados fatos!
Será então um blog para todos por isso... sentem-se, sintam-se à vontade como se estivessem em vossa casa, espero não ferir susceptibilidades... e sejam bem vindos ao meu mundo encantado e por vezes desencantado! :)